Queridos (as),
Voltamos do Brasil no final de março, depois do Lian ter sido submetido a uma cirúrgia de retirada de vesícula (que correu tudo bem) e 22 dias após chegarmos em casa ele sentiu dores muito fortes na barriga 8 vezes em um só dia, que duravam em média meia hora cada. Fomos ao hospital e a médica diagnosticou, erroneamente, como gastrite. Desse dia em diante ele sempre estava com mal estar, dificuldade para dormir, algumas vezes sentia dores e os olhos e a pele foram amarelando.
Minha sogra chegou para nos visitar e, no nosso dia de folga, o Lian e ela foram passear nas Muralhas, que ficam cerca de 60 quilômetros de casa e eu fiquei para fazer o almoço. Por volta de 10h30 ela me liga pedindo para eu falar com o Pai, pois o Lian estava muito mal, mas o Pai usou um anjo para socorrê-los (um taxista). Ele os levou para um hospital próximo de onde estavam, já perto da Muralha, e providenciou tudo para eles. Às 12 horas minha sogra me liga novamente dizendo que já tinham feito o diagnóstico, era pancreatite aguda e o Lian seria removido de ambulância para outro hospital. Eu fiquei desesperada, mas minha sogra me disse: "O Senhor já abriu o Mar Vermelho e nós vamos passar por ele". Eu só conseguia clamar por misericórdia para que o Senhor guardasse o meu marido.
Eu e toda nossa equipe fomos juntos para o Hospital. Eles ficaram conosco todo o tempo e nos deram todo o suporte, como uma família. O Lian chegou 2h30 e já tinha uma equipe de médicos aguardando. Fizeram outros exames para confirmar o quadro. Logo em seguida passaram uma sonda naso-gástrica, o colocaram no oxigênio e ligaram o monitor para verem os sinais vitais.
Nos três primeiros dias ele sentia dores intensas, dia e noite, tinha febre, sua pressão alterava muito, sua pele e olhos ficaram ainda mais amarelados e as taxas de amilase, que o normal é ficar abaixo de 460, estava 9425. Durante este tempo ele muitas vezes ele parecia que ia desfalecer.
Apesar do sofrimento o tempo todo sentiamos a presença do Pai e o Seu amor através da vida das pessoas que nos ajudavam (equipe e amigos chineses), dos parentes e amigos que nos ligavam e mandavam e-mails.
Sabemos que somos um só corpo e sentimos isso de forma muito real naqueles dias. Eu dizia ao Lian que tinha gente em toda parte do mundo intercedendo por ele e achava que os céus estavam sendo bombardeado com nossas orações por ele.
A barreira da língua era muito difícil e nos primeiros dias o Lian não tinha muita condição de falar. Os médicos vinham ao quarto de 30 em 30 minutos, noite e dia, e as vezes não compreendíamos nada do que eles falavam. Eu e minha sogra passávamos a noite toda clamando e cantando e o Pai nos fortalecia a cada dia. Tinhamos medo, mas Ele estava conosco.
No 4º dia as dores diminuíram bastante, já não eram tão constante e os médicos diziam que a recuperação estava sendo muito rápida, pois outras pessoas com o mesmo quadro e risco de vida levavam em média 15 para ficarem como o Lian estava. Foi um dos momentos do Lian testemunhar para os médicos e enfermeiras acerca do que o Pai estava fazendo.
O Lian passou 10 dias com sonda, sem poder comer e nem beber nada, mas o Pai o fortalecia a cada dia, era visível. Nesse tempo recebemos a visita de 2 amigos chineses que ainda não são da família, e pudemos testemunhar do milagre que o Pai havia feito e do amor do Pai. Um deles ouviu por mais de 1 hora, demonstrando muito interesse pelo assunto.
Ao todo foram 17 dias internado, porque apesar das dores terem praticamente sumido e de não ter mais febre, os exames de sangue ainda estavam muito alterados. A taxa de glóbulos brancos, que o máximo é de 10 mil, estava em 20 mil. A palavra que os médicos mais diziam era "isso é muito estranho", porque com esta taxa era para ele ter dor e febre, mas ele estava bem. Descobriram depois que após o pâncreas ter desinchado (pois antes estava o dobro do tamanho normal), o líquido que estava dentro foi para fora e provocava esta taxa alta.
Agora já estamos em casa. O Lian ainda se sente cansado, mas está cada dia melhor.
Como é bom nos sentirmos um só corpo, termos nossos pés firmados na Rocha e sabermos que nada, nada mesmo pode nos separar do amor dEle.
Louvamos ao Pai pela vida de cada um que intercedeu e pela Junta, nossa companhia, que nos apoiou o tempo todo.
Ana Godoi
Conversem com o Pai sobre:
1. Pelo restabelecimento completo do Lian
2. Pelo nosso trabalho, que não haja retaliações do inimigo.
3. Pelo retorno aos estudos.
4. Pelas pessoas que ouviram do Senhor nestes dias.
5. Pelo taxista que irá ouvir agora o testemunho do agir de nosso
Pai.
